sábado, 6 de novembro de 2010

O tudo de ser feliz

Um misto de sons,
de sonhos,
de cores.
Tudo formando algo novo.
Tudo hermeticamente, por assim dizer,
mostrando uma coisa nova,
uma ideia nova,
que é intensificada pela esperança
e pela perseverança de quem sonha.
Tudo se tornando aspiração e
inspiração, e quem sabe,
por que não dizer,
esperança, desejo, vontade.
Tudo isso vindo num lampejo,
num segundo, num milésimo de segundo,
tudo isso vindo num turbilhão,
de uma vez só, como um soco,
eu diria mais intenso.
Isso, tudo isso, e para alguns, mais um pouco,
é a vontade, o desejo, a ânsia, o tesão, o sonho,
o tudo de querer ser feliz.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um breve toque
um entrelaçamento de braços e pernas
um jogo contínuo de sedução,
significado e significante
numa valsa intensa, initerrupta,
que mais parece uma guerra dos prazeres
que mais parece a [falta de] contenção do instinto.
E assim tudo termina [ e se inicía].
Numa jogada de pernas,
numa troca de sorrisos,
no malabarismo constante de sentimentos.
Não nos deixemos levar pela cobiça
nem por essa areia movediça
que se mostra um possível amor [amor?].
Não, o que tiver que ser, será
a partir de nossas decisões
a partir de nossas razões;
do mesmo modo que tudo começou,
tudo terminará.
Sim, com um simples afago, tudo voltará ao seu lugar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

E no meio da manhã
apareceu
sem dizer nada
sentou-se,
tomou seu chimarrão
e adormeceu.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Eu não entendi ao certo
a vontade do certo
de querer ser certo.
Já que o errado
faz do certo, certo,
porque o certo
não quis ser o errado?

O certo e o errado se completam.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Vontade de fazer um mundo em uma folha,
quando uma simples vontade não caberia em mil.
Vontade de não dormir, de apenas viver, sem pensar em mais nada...
Mas o sono vai fechando meus olhos,
meu verso vai empobrecendo...
Não é nem mais verso.
Ficam sendo apenas palavras,
ora rimadas, ora jogadas.
Dez mil milhões de palavras assim.
Sonhei que desaprendia a escrever,
não só a grafia das palavras,
como também seus significados,
seus sons, suas regras.
Eu apenas sentia tudo,
e seguia sentindo, sentindo...

Tenho lido muito Leminski e assim como Clarice, ele me afeta.