quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Recife, 20 de novembro de 2008 08:42 pm

Não quero mais seu café frio
muito menos seu abraço falso
seu sorriso furtivo pelas minhas costas
nem o seu olhar de pena.
Eu me mato, é da sua conta?
Acho que não...
Você diz que vai sentir minha falta, mas logo me esquecerá,
quem sou eu na sua vida, senão aquele que simplesmente te impulsiona para viver, enquanto se rebaixa?
Tudo o que te peço agora é que não sejas mais hipócrita e que me esqueça, acredite, você sofrerá muito menos que eu, isso se você sofrer...
Não mandarei mais e-mails para mim mesmo desabafando para o além...
Vou beber, falar meu espanhol barato, sorrir de algo que não tem graça, falar o que vier na telha, e tentar te esquecer.
É o que sempre fiz, e o que continuarei fazendo, isso claro, se eu não desistir de vez e simplesmente acabar com a minha vida...
Não sirvo mais para nada, nem para ninguém, e se for para seguir numa meia vida, eu prefiro vida nenhuma.
Seu gosto me abomina, pois finjes gostar do que amo. Você consegue me deprimir apenas com sua respiração...
Deixe apenas eu terminar meus dias (que eu espero que não sejam muitos) fumando meus cigarros, tomando meu café forte, e sendo quem eu sou, mesmo que eu não seja ninguém, e um ninguém sem futuro e sem destino.
Te odeio porque você me faz duvidar de mim mesmo, da minha capacidade de melhorar, da minha inteligencia e esperteza (tudo que mais amo em mim).
Te amo, não sei porque, mais um dia eu aprendo, ou um dia você aprende, ou até mesmo, um dia eu desista de empurrar minha vida com a barriga e me mate de uma vez...
Hoje, meu amigo mais próximo é o veneno que está escondido perto de mim, e que me oferece cada dia mais a saída mais rápida desse mundo onde não há lugar para mim...
Você só queria sugar meus dons, minhas aptidões, e eu, vacilão que sou, caí na sua rede direitnho.
O que faço agora além de sofrer...
Queria poder simplesmente dizer "dane-se" para tudo que me aflige! Fazer como muitos me sugestionaram, mas não é fácil, não para mim.

E espero que isso seja um adeus...

domingo, 16 de novembro de 2008

Choro de um menino

Algumas imitações,
muitos risos,
cigarro, isqueiro
e nenhuma lágrima.

85 kg,
cabelos cheios,
um olhar de esguelha,
a cara vermelha
e nenhuma lágrima.

Café, bolo, bolacha,
sorvete, piaba, cachaça,
coca-cola, limão, gelo
e nenhuma lágrima.

Chico, Nara, Gal,
Beoncé, Marcelo, Elis,
aquela coceira no nariz
e nenhuma lágrima.

Injeção, força de expressão,
briga, soco, carão,
rádio, tv, jornal
e nenhuma lágrima.

Suicídio Programado

Tomo banho,
ponho desodorante
deixo os cabelos ao natural.
Pego as cartas escritas aos entes queridos previamente,
as coloco ao lado, no sofá
(morrerei sentado, assim como meu avô).
Coloco a música Construção - Chico Buarque para tocar,
seguida de Cabaré - Elis Regina e Joana Francesa, da mesma intérprete.
Visto-me com uma roupa escura, que me faça parecer mais magro
me olho no espelho, respiro fundo...
O café "temperado" com chumbinho de rato já está pronto,
juntamente com o sanduíche de queijo e mortadela, também "temperado".
Janto sentado, ouvindo as musicas escolhidas ao fundo, talvez também ligue a televisão...
Espero...


Não há necessidade de exaltação, isso foi apenas um lapso num momento de extrema tristeza, que logo foi procedido por uma felicidade nunca vista!
Percebi que a vida não é perfeita, e muito menos eu. Mas ao menos eu sei lidar com um pouco de diversidade; e que também eu estava pensando mais na minha morte que na minha vida, que merda neh?!?!?!
Mais uma vez, não se preocupem comigo (isso se alguém ler isto). Estou bem =]